Parou...
Parou ... de novo, parou...
O Tempo, o ânimo, a vida.
É um diálogo surdo com um pensamento errático e sem motivo.
Um olhar perdido no horizonte das paredes do meu quarto. Acolhedoras. Protectoras. Imóveis... sinistramente imóveis. Acolhedoramente amigáveis.
A música me embala...
O sonho dança no devaneio lúdico do espírito que se refugia na sua liberdade incorpórea, em que se desresponsabiliza das necessidades dum corpo físico.
Tudo aquilo que não deverei fazer é exactamente o que faço, desde que provenha ou contribua para uma inércia letárgica e doentia. Cómodo refugio de inimputabilidade.
Arrasto a noite madrugada adentro, até à exaustão... até aos primeiros raios de Ré. E envolto no ouro revigorante da Sua Divina Luz, estendo-me e durmo.
O dia é um convite ao sono. A fuga possível... desejada. Cínica.
Sono protector... Sono amigo, que afasta de mim tudo e todos. Sono desculpabilizante. Permissor duma ausência ininputável.
Paro... Rendido à traição de abandonar os meus sonhos...
Permaneço uma esguia sombra de mim, esgueirando-se amedrontada pelos cantos escusos e sombrios, dum exílio reivindicado como salvação.
Eu sou um insulto de mim
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