domingo, 13 de julho de 2008

Sentido Sem Sentido

Queda livre no vazio.

Por vezes o tempo é uma experiência anacrónica. Sem sentido. Desconcertante.

Por vezes o tempo é uma experiência tola. Indecifrável.

Por vezes o tempo é apenas um estar. Respirar tão somente. Sem consciência...

Por vezes fico para aqui, olhando em redor, sem nada observar, sem nada entender. É então que o tempo começa a fazer sentido, no seu desatino.

Vou e venho. Escovo os dentes. Oiço uma música antiga. E retomo o poema.
Onde fiquei?!... Que importa. O sem-sentido impõe-se à racionalidade do momento.

Ausento-me de mim e o tempo deixa de existir... deixa de contar... deixa de correr.

Mas depois o reencontro mais adiante, mais tarde. Aí ele me recorda a usa inexorabilidade.

O tempo tem poços imensos, em que caimos inadvertidamente. Perante um negro imenso duma tela em branco. Absorto tento não sucumbir ao marasmo, esperando que que a razão me resgate de volta à insanidade ignóbil duma existência errática.
A dança louca duma cavalgada feérica.

Vacilo.

Bamboleio.

Aterro disforme num charco esquecido pelas monções idas.

Oh Senhor! Meu Senhor! Quando virão as próximas naus?
Quando passarão de novo essas cadeias que me levarão para uma nesga de mundo mais além.
Um espreitar de vida.

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