sábado, 14 de junho de 2008

Abismo

Tudo parou!
Tudo se esvai!
O tempo se alonga em agonia!
A nave bateu no fundo. Afundou ao mais lúgubre abismo. Só, num deserto de trevas e silêncios. Onde nem ecos de sussurros chegam.
O torpor é a melhor fuga. A clausura a melhor terapia. Sem medos, sem aflições, sem anseios.
Não é resignação... é entrega.
Abandonado, agora me abandono ao decair suave e mórbido do esgotamento pela inacção.
Abandonado o vigor, a Esperança é uma anedota sem graça, da qual já ninguém ri.
Enclausurado no meu quarto, meus escritos são meu alimento e respiro a música com que acompanho minha dança imóvel dia após dia.
A Morte escondida em cada recanto, persiste no seu apelo murmurado, qual cântico de sereia. Lenga-lenga tão quotidiana, tão fastidiosa,...
Estóico! O Dragão resiste ao Desafio. Açoitado pela Tempestade furiosa dos Elementos, ele guarda o seu derradeiro fôlego para o Ressurgir.

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