quarta-feira, 11 de julho de 2012

O LONGE




Que ausência é esta?
Que se estende perante mim, como um horizonte inalcançável
Mar de sargaços,
de monstros e medos, vestidos de negro nevoeiro.

Que barca é esta?
Que navega sem quilha, por dunas de fogo e secura
Arrastada por uma esperança cega,
Tocha extinta em pez e pavor.

Quem és tu? Barqueiro sem remo!

Perdido em
Desertos de noites tórridas
E dias gelados.
Procuro-te na praia, entre as conchas cuspidas pelo mar,
Atiradas fora como uma coisa que não presta,
Que já não importa.
A validade já expirou.

O silêncio imenso dum vazio cavado desde o fundo da alma
O abismo de onde lanço o meu grito jamais ouvido
Para sempre mudo

Onde está o chão sob os meus pés?
Tenho braços, não asas!
...