Que ausência é esta?
Que se estende perante mim, como
um horizonte inalcançável
Mar de sargaços,
de monstros e medos, vestidos de
negro nevoeiro.
Que barca é esta?
Que navega sem quilha, por dunas
de fogo e secura
Arrastada por uma esperança cega,
Tocha extinta em pez e pavor.
Quem és tu? Barqueiro sem remo!
Perdido em
Desertos de noites tórridas
E dias gelados.
Procuro-te na praia, entre as
conchas cuspidas pelo mar,
Atiradas fora como uma coisa que
não presta,
Que já não importa.
A validade já expirou.
O silêncio imenso dum vazio
cavado desde o fundo da alma
O abismo de onde lanço o meu
grito jamais ouvido
Para sempre mudo
Onde está o chão sob os meus
pés?
Tenho braços, não asas!
...