Desce seu manto gelado
Sobre um dia que não conheceu o Sol.
A quietude é um espasmo do Tempo.
Dois olhos espreitam entre as nuvens,
Vestes dum cruel inverno,
O frio crepita nos dedos que afastam os Véus
Cautelosamente,
Como se a emboscada estivesse montada.
O Dragão suspende a respiração
Espera o sinal
A leve brisa lhe trazendo aromas de longínquas paragens
A respiração da Terra
O brando pulsar duma vida ressurgindo da longa hibernação.
O despertar numa encruzilhada de abismos.
Os sentidos alerta.
As asas em tensão.
A espera que não pode ser expectativa.