segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Encruzilhada de Abismos

Cai a noite,
Desce seu manto gelado
Sobre um dia que não conheceu o Sol.
A quietude é um espasmo do Tempo.

Dois olhos espreitam entre as nuvens,
Vestes dum cruel inverno,
O frio crepita nos dedos que afastam os Véus
Cautelosamente,
Como se a emboscada estivesse montada.

O Dragão suspende a respiração
Espera o sinal
A leve brisa lhe trazendo aromas de longínquas paragens

A respiração da Terra
O brando pulsar duma vida ressurgindo da longa hibernação.
O despertar numa encruzilhada de abismos.

Os sentidos alerta.
As asas em tensão.
A espera que não pode ser expectativa.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Nova Aurora

E entre o negro viscoso,
Que minhas asas haviam tolhido antes,
Ao longe um fulgor ténue cintilava.

Sua Luz era uma carícia em minhas fauces.
Seu apelo era perene.
Minha vontade só uma;
Partir!

A cada golpe de Asa
Os céus se rasgavam 
Me abrindo passagem.
E a Luz se revelou um rosto,
Um nome,
Uma pessoa,
Uma Alma me esperando.
Sorrindo.

Meu Coração se inflamou!
Meu Ser rugiu!
De Vitória e Felicidade!

Ele estava ali,
Apenas 
Esperando.
Me esperando.

Firme nas minhas garras o raptei
Num arrebatamento mágico
Para construir o Futuro:
Nós!


(Dedicado a AST, com todo o meu Amor)